Cunha e Henrique Alves são denunciados pela PGR
Os dois peemedebistas também são alvos de outra investigação sigilosa que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo serviços ilícitos prestados a empreiteiras
Na manhã desta sexta-feira, integrantes da alta cúpula do PMDB no
Congresso acordaram de cabelo em pé com a nova fase da operação
Lava-Jato. Por volta das 6h, delegados e agentes da Polícia Federal bateram à porta da casa de dois supostos operadores do partido:
o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, ligado ao presidente afastado da Câmara
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e preso preventivamente, e o lobista Milton
Lyra, amigo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Tanto um
como outro já estavam na mira dos investigadores. A suspeita principal é
que eles operavam um esquema de pagamentos de propinas para
parlamentares do PMDB em troca da liberação de dinheiro público para
diversas empresas.
De acordo com documentos obtidos por VEJA, Eduardo Cunha e o
ex-ministro e deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foram
denunciados pela Procuradoria-Geral da República num inquérito sigiloso.
Os dois peemedebistas foram acusados de terem participação "na
implantação e no funcionamento do esquema de corrupção e lavagem de
dinheiro relacionado à Caixa Econômica Federal", entre 2011 e 2015. A
fraude, segundo os investigadores, consistia na cobrança de propinas de
empresários para a liberação de investimentos do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa.
Além de Cunha e Henrique Alves, também foram denunciados como
integrantes do esquema o doleiro Lúcio Funaro, o ex-vice-presidente da
Caixa Econômica Federal Fábio Cleto e seu sócio Alexandre Margotto. Em
sua delação premiada, Cleto admitiu que foi cooptado por Funaro e Cunha,
com o aval de Henrique Alves, para atuar com a missão de direcionar os
repasses de recursos do FI-FGTS para empresas escolhidas por Cunha.
Estima-se que ao menos 6 bilhões de reais em projetos foram destravados
mediante pagamentos de propinas. Um deles foi a aquisição pelo FI-FGTS
de títulos de dívida no valor de cerca de 1 bilhão de reais emitidos
pela fabricante de papel e celulose Eldorado, controlada pela holding
J&F, dono do frigorífico JBS. Com a operação, tanto Cunha como
Funaro e Cleto teriam embolsado dinheiro sujo.
!http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/eduardo-cunha-e-henrique-alves-sao-denunciados-pela-pgr
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